GRACILDE CABRAL EDINOR AVELINO E SILVA*, professora, filha do poeta Edinor Avelino e dona Marcionila da Fonseca Cabral Avelino, nasceu em 30 de julho de 1932 na casa de seus pais na “rua da frente” o seus estudos no Grupo Escolar “Duque de Caxias” onde concluiu o primário, seguindo para Natal, cursou o ginasial na Escola Doméstica de Natal e o colegial no Atheneu Norte-Rio-Grandense, posteriormente se graduando em Administação de Empresas no CIFE – Centro Integrado para Formação de Executivos, com certificado do Curso de Habilitação em Português pelo MEC.
Foi professora, durante 17 anos, de Português e Educação Física no Ginásio Estadual de Macau ( antiga Escola Normal Regional), Ginásio N. Sra. da Conceição, no curso Básico de Comércio e no Pedagógico; Diretora da Biblioteca Municipal “Rui Barbosa”, considerada a 2a melhor do Estado, antes do doloroso incêndio; Secretária de Educação, Cultura e Saúde ( eram veiculadas na época ) na gestão do então prefeito João Batista Carmo, tendo a grande felicidade de criar o curso de Admissão, fundando a Escola Municipal Edinor Avelino, implantou as escolas de bairros em prédios próprios, e ampliou o Mobral de 5 para 25 núcleos. Levada pelo amigo Dr. Djalma Marinho para Natal, ficou lotada na Secretaria de Educação e Cultura do Estado, atuando no Departamento Cultural, no Arquivo Público Estadual e por último no Conselho Estadual de Cultura, onde aposentou-se. Em Macau exerceu, ainda, mandatos de vereadora, por três vezes, por 10 anos consecutivos. Segundo seu depoimento, seus alunos e as salas de aula serão sempre suas melhores recordações, e conclui parafraseando Fernando Pessoa · “tudo vale a pena, se a alma não é pequena”.
Uma poesia muito significativa da minha tia Gracilde é: “ O Canto dos Pássaros.” Nessa poesia, ela reúne todo o seu lirismo movida pelo doloroso sentimento de perda do seu irmão Gilberto Avelino.
O canto dos pássaros
(in memoriando poeta Gilberto Avelino)
Eu sinto meu irmão
no canto dos pássaros.
Gilberto, no canto dos pássaros,
eu sinto você.
Você é presença no canto dos pássaros,
eternas lembranças,
no canto dos pássaros.
Gilberto, no canto dos pássaros,
eu sinto você.
Você se revela no canto dos pássaros,
você é harmonia
no canto dos pássaros,
ao amanhecer.
Gilberto, no canto dos pássaros,
eu sinto você.
Você é magia
no canto dos pássaros,
você é encanto
no canto dos pássaros,
ao anoitecer,
Gilberto, aconteceu,
os pássaros cantaram
em homenagem a você.
Você simboliza o canto dos pássaros,
no canto dos pássaros eu vejo você.
Você é vida
no canto dos pássaros,
Gilberto, no canto dos pássaros,
eu sinto você.
Gilberto, existem palavras que o vento leva
como leva as folhas secas, todavia
existem palavras que ecoam para sempre
como ecoa o seu canto em todos os recantos
de Macau, imortalizando sua memória.
Eterna saudade que, sua irmã Gracilde,
sente de você.
Publicou no jornal O GALO: 10 de Outubro, 2002. Foto: Regina Barros.
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