Fácil de ser lembrado nas urnas, o número 2222 virou alvo de disputa dentro do PL. Usado nas últimas três eleições pelo deputado Tiririca (SP), a sequência numérica deve ser entregue neste ano ao filho do presidente da República, o também deputado Eduardo Bolsonaro (SP), que migrou para o partido junto com o pai. O filho “Zero Três” do presidente Jair Bolsonaro tem a expectativa de repetir o feito de 2018 e mais uma vez ser o campeão de votos na Câmara de Deputados.
A decisão da Executiva do PL da dar o numero a Eduardo foi tomada há algumas semanas e desagradou a Tiririca. Na esperança de retomar o número nas urnas, o parlamentar afirmou ao “UOL” que se soubesse que iria perder o número teria deixado o PL na janela partidária e ameaçou desistir da candidatura. Os protestos do palhaço, porém, não terão efeito.
Questionada, a assessoria do PL informou que “por unanimidade” o número 2222 foi transferido para Eduardo. A interlocutores, o presidente do legenda, Valdemar Costa Neto disse que “o deputado Tiririca é muito importante para o partido, mas, se não for concorrer, por conta da troca do número: paciência”.
Tiririca estreou nas urnas nas urnas em 2010 com o bordão “Pior que está não fica” e foi o mais votado do país, com 1,3 milhão de votos. Graças à votação dele, o PL (na época, PR) conseguiu mais quatro cadeiras na Câmara. Em 2014, o artista perdeu votos, mas ainda assim somou 1 milhão de votos. Já em 2018, o parlamentar se reelegeu por São Paulo com 455 mil votos.
Nas últimas eleições, o mais votado do país foi justamente o deputado Eduardo Bolsonaro, então no PSL, que teve o apoio nas urnas de mais de 1,8 milhão de eleitores.
A entrada do filho do presidente e de outros bolsonaristas no PL tornou a sigla a maior bancada na Câmara, com 77 deputados. Nas eleições, o PL mira eleger 80 parlamentares e se firmar com o maior partido, o que significa maior fundo partidário e eleitoral.
Apesar de dizer avaliar desistir da eleição, Tiririca, segundo sua assessoria, não está disposto a judicializar a disputa do número 2222.
Como mostrou jornal O GLOBO, Tiririca foi contrário ao governo em 46% das votações desde 2019. A última ocorreu na semana passada quando o parlamentar votou contra homeschooling, o ensino domiciliar. Aprovada na Câmara, a pauta, que ainda precisa passar pelo Senado, é uma bandeira do Palácio do Planalto.
O grau de adesão de Tiririca às pautas do governo está, inclusive, abaixo da média do Congresso Nacional, que é de 66%.
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