A cidade de São Paulo enfrenta um surto do vírus influenza A H3N2, vírus também associado à rápida disseminação da doença no Rio de Janeiro na última semana. A situação era inesperada por autoridades de ambos os locais, dado que o mês de dezembro não traz o pico de doenças como essas no país — que, frequentemente, têm seu ápice no inverno. Para ter uma ideia, em apenas uma semana, em SP, 19 casos da doença foram registrados, mais do que o pico de 12 casos registrados de março a junho, no pico da disseminação da doença (março a junho).
Além de São Paulo e Rio, Salvador também confirmou que a capital baiana passa por um surto de influenza. Segundo informações do G1, a cidade registrou 77 casos da doença, sendo 74 entre o final de novembro e início de dezembro. Do total registrado nos últimos dois meses, 56 são da nova cepa do vírus.
“Em função da grande circulação diária de passageiros entre os principais centros urbanos do País, especialmente a partir de Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, doenças infecciosas e, particularmente, vírus respiratórios têm uma facilidade muito grande de pular de um local para outro rapidamente”, afirmou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do Boletim InfoGripe da Fiocruz.
Especialistas explicam que, ao longo de 2020, a covid-19dominou o cenário. Praticamente, não foram registrados casos de gripe no ano retrasado. A partir do segundo semestre de 2021, no entanto, com o avanço da vacinação contra a covid, outros vírus respiratórios começaram a reaparecer. Foi o que ocorreu com o sincicial, o bocavírus e, finalmente, o influenza no mês passado.
Informações divulgadas pela BBC na última semana mostram que, até o momento, tudo indica que a nova cepa de influenza que transita no Brasil veio do Hemisfério Norte — região que passa atualmente pelo inverno. A informação é confirmada pelo fato de que a cepa daqui é a mesma presente na Europa e nos Estados Unidos.
De acordo com informações divulgadas pela Folha de S. Paulo, o vírus identificado é resistente às vacinas de Influenza aplicadas até o momento. Atualizadas anualmente, as vacinas do próximo ano devem contar com proteção para a nova cepa, chamada de Darwin, algo que ainda não foi contemplado.
Ainda segundo as informações divulgadas pelo jornal, a letalidade é menor quando comparada aos grupos de risco da covid-19, mas os sintomas clínicos são piores: febre alta, calafrios, dor de cabeça e mal-estar. Em crianças, a doença pode evoluir para pneumonia e otite e os idosos apresentam o principal grupo de risco de sintomas graves, especialmente os que têm mais de 70 anos.
Como se prevenir?
Especialistas apontam, em informações à mídia, que a rápida disseminação pode estar associada ao relaxamento nas medidas contra a covid-19 (principalmente o uso de máscaras, fundamental para a prevenção de ambas as doenças) e a alta taxa de pessoas sem proteção a esse novo vírus. Portanto, o uso de máscaras e o distanciamento social são medidas que continuam válidas para evitar o contato com a doença. Outras medidas, disponíveis no site da Fiocruz, incluem: higienizar as mãos com frequência, alimentar-se bem e manter-se hidratado, além de não compartilhar itens de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros.
Estou com sintomas. O que fazer?
A infectologista Nancy Bellei, professora da Unifest e coordenadora de testagem do Hospital São Paulo, afirmou à Folha de S. Paulo que é necessário se isolar entre cinco e seis dias após apresentar os sintomas. Após esse período, é necessário esperar a febre cessar completamente por 24 horas e, só então, retomar o contato social.
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