O ex-deputado federal e ex-ministro Henrique Eduardo Alves (MDB) participou na noite do último domingo 19 da solenidade de inauguração da escultura “Quarenta horas de Angicos”, em homenagem ao centenário do educador pernambucano Paulo Freire, instalada no quilômetro 180 da BR-304, à sombra do pico do Cabugi.
Ao lado da governadora Fátima Bezerra (PT), Henrique Alves, filho de Aluízio Alves, então governador do RN na época da realização do projeto “As 40 Horas de Angicos”, discursou em defesa do pernambucano e aproveitou o momento para fazer críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
No Instagram, o ex-ministro disse ter sido convidado para o evento por Daniel Pereira, proprietário da área onde foi erguida a obra do escultor Guaraci Gabriel em homenagem a Paulo Freire. “Fiz de tudo para vir aqui hoje. Eu tinha que estar aqui hoje e quis estar mais ainda depois que eu tive a tristeza de ver nas redes sociais um deputado federal, filho do presidente da República, tentar de maneira tão sórdida, tão absurda, tão desrespeitosa. Ele que não conhece o Nordeste, não conhece o Rio Grande do Norte, não conhece a região Central, não conhece Angicos… Tratar assim um homem do bem [Paulo Freire], que só fez o bem, plantou o bem, uma semente mortal pela educação”, enfatizou Henrique em vídeo publicado nas redes sociais.
No fim de semana, Eduardo Bolsonaro externou revolta com as comemorações em torno do centenário de Paulo Freire. Ele criticou o Google pelo doodle da logo do site adotado no domingo. “Em datas como Natal e Páscoa, o Google se recusa a mudar a logo para homenagear Jesus Cristo. Mas, mudam para enaltecer o comunista responsável pela destruição da educação no Brasil. A guerra não é só política e cultural, é também espiritual”, escreveu o deputado e filho do presidente no Twitter.
Henrique Eduardo Alves parabenizou a governadora Fátima Bezerra pela ação. “Eu vou encerrar, governadora, imaginando, nesta hora, lá no bom lugar que eles estão, Aluízio e Paulo Freire, devem estar juntos, olhando para nós que estamos aqui nesta terra. Devem estar conversando os dois, e eu, que conheço meu pai, [acho que] ele deve estar dizendo: Paulo Freire, olha ali as gerações de ontem, de hoje e do amanhã usando o seu verbo ‘esperançar’ para a educação, para o futuro, para a liberdade do povo brasileiro”, encerrou Alves.
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