Um estudo mostra que, com o atual nível de contaminação, o Rio Grande do Norte precisa vacinar 31% da população para a taxa de reprodução da doença comece a cair, o que significa reverter a curva de crescimento de novos casos. Os dados são de estudo feito pelo Ação Covid-19, grupo de pesquisa interdisciplinar reúne cientistas e pesquisadores de instituições de ensino do Brasil, entre os dias 22 de fevereiro e 22 de março.
Os estudiosos correlacionam a taxa de reprodução da doença e os dados da vacinação para apontar a porcentagem necessária de imunizados para mudar o rumo da pandemia. No Rio Grande do Norte, de acordo com o período analisado, a taxa de reprodução era de 1,19. Ou seja, 100 pessoas contaminadas passavam a doença para outras 119. Já a vacinação à época havia atingido apenas 1,13% da população, segundo os dados do grupo Ação Covid-19.
No entanto, ainda de acordo com os pesquisadores, a interrupção no avanço da doença com a vacinação não significa que as pessoas não precisam se imunizar, explicam os pesquisadores. A imunização de rebanho e as redução das restrições de distaciamento social só vai acontecer com pelo menos 70% da população imunizada.
Vacinação
O Rio Grande do Norte recebeu até o momento mais de 834 mil doses de imunizantes, sendo distribuídas a vacina da Oxford/Astrazeneca e a Coronavac. Todavia, o lento processo de vacinação dentro de um cenário com grande contaminação, observada a nível nacional, dá mais tempo para o vírus se propagar e acumular mutações.
Um receio da comunidade científica é o de que, sem um melhor controle da pandemia da Covid-19, surjam mutações que tornem o vírus mais resistente às vacinas disponíveis. A vacina Oxford/AstraZeneca, que tem eficácia de 70% contra a cepa original do coronavírus, tem sua eficácia reduzida para 10% contra a variedade da África do Sul.
A conclusão do estudo é que essa vacina não é eficaz contra a variante da África do Sul. É bom lembrar que esse estudo foi feito pelos cientistas de Oxford e da AstraZeneca, que desenvolveram a vacina. Já a Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac, é eficaz contra três variantes do novo coronavírus que circulam no país: a britânica (B.1.1.7), a sul-africana (B.1.351) e a brasileira (B.1.1.28), da qual são derivadas as chamadas P.1 (de Manaus) e a P.2 (do Rio de Janeiro). A informação foi divulgada pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas
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