O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (Sinte-RN) lançou uma campanha nesta segunda-feira 22 contra um projeto de lei que classifica o ensino como “atividade essencial” em Natal. Na prática, se aprovada, a proposta abrirá caminho para a volta às aulas presenciais mesmo antes de a vacina contra a Covid-19 ser aplicada nos professores e demais funcionários das escolas.
O projeto deve ser votado na Câmara Municipal de Natal na próxima quarta-feira 24. De autoria do vereador Klaus Araújo (Solidariedade), a lei estabelece que, mesmo durante a pandemia, escolas públicas e privadas devem funcionar. A condição para a abertura é o cumprimento de medidas de segurança, como distanciamento social entre servidores e estudantes e uso obrigatório de máscaras.
A proposta contraria o Sinte-RN. Para a entidade, as aulas só devem ser retomadas quando todos os trabalhadores em educação estiverem vacinados, o que ainda não tem prazo para ocorrer. Professores não estão nos grupos prioritários para recebimento da imunização e aguardam a vacina conforme a faixa etária. Atualmente, apenas idosos com 75 anos ou mais estão sendo imunizados em Natal.
Divulgada pelas redes sociais, a campanha do sindicato destaca que “há coisas mais essenciais do que aulas presenciais: a vida é uma delas”. “Com aval da categoria, o Sinte-RN defende que a volta das aulas presenciais só deve ocorrer com a imunização de todos os trabalhadores em educação; imunização que deve estar associada à vacinação em massa da população”, enfatizou a entidade em publicação no Facebook.
O Sinte-RN chama atenção para casos de profissionais da educação e estudantes que foram infectados pela Covid-19 após a volta às aulas presenciais. Nos casos relatados, o contágio aconteceu mesmo com as escolas cumprindo os protocolos determinados pelas autoridades. Na semana passada, o professor José Teixeira, coordenador-geral do Sinte-RN, morreu por complicações da Covid-19. O sindicato dos professores adverte que o projeto de lei, caso aprovado, “ao invés de proteger a comunidade escolar, das escolas públicas e privadas, vai colocar em risco a vida de professores, funcionários, estudantes e seus familiares”.
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